quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sufoco...

Quando geralmente falamos em sufoco, logo nos vem à cabeça a idéia de sufoco financeiro. Não que este mal não esteja me atingindo neste mês, mas é que o sufoco ao qual me refiro é mais interno e intenso; mais espiritual do que material. O sufoco do qual eu falo é sobre a angústia e aflição, porque passei um tempo sem querer nada, mas nada mesmo, como se nada neste mundo pudesse me interessar ou satisfazer. E, de repente, simplesmente desejo ter tudo.

Ao mesmo tempo que fico feliz em saber que há coisas neste mundo que gostaria de conquistar ou que poderão me satisfazer, lanço sobre mim uma pressão sobre-humana para conseguir tudo, agora, hoje, sem prazo, como se eu estivesse atrasada para ter tais coisas.

Sinto uma bomba no meu peito prestes a explodir, uma pressão forte que sobe até minha garganta, como se eu quisesse gritar, mas sem poder. Ao mesmo tempo, sei que não posso ter tudo, muito menos agora. É uma questão de definir prioridades, mas sem saber ao certo como escolher os parâmetros corretos para auxiliar na minha decisão.

Diante de oportunidades que surgiram neste início de ano, muitas foram barradas por chocarem com outras atividades já em andamento. Umas são mais palpáveis, outras parecem um pouco distantes. O carro é uma delas, a idéia de morar sozinha ou de comprar um lugar para morar parecem ainda mais irreais. Diante disso, parece que um desespero me corrói, uma inquietação me incomoda. O desejo é grande, mas as possibilidades são remotas. Será que todos passam por este tipo de dificuldade ou só eu passo?

Pergunta idiota, é óbvio, mas me sinto prejudicada pelo tempo, pela minha profissão e por mim mesma, pela minha pessoa. Seria um tipo de boicote, uma falta de confiança em mim mesma ou simplesmente uma falta de auto-conhecimento? Eu me culpo todos os dias por não ter conquistado nada ainda, por desejar outro emprego sem saber no que gostaria de trabalhar. Tenho habilidades, talentos, sei organizar bem meu tempo, minhas finanças, mas não consigo utilizar isso para o meu crescimento. É irracional, contraditório, prejudicial, venenoso...e cansativo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Libertação

Se foi por palavras proferidas ou pensamentos ditos e não ditos que me sinto mal, talvez através das palavras eu possa oferecer ao meu íntimo um pouco de paz.

Por duas noites chorei na solidão da minha cama sob a proteção da escuridão. As palavras não saem da minha mente enquanto eu não as escrevo. Assim foi com a carta que originou esta catarse.

Por volta da meia noite entre o Natal e o ano novo as palavras não ditas no momento de raiva apareceram em minha frente. Com sono, fechei os olhos, em vão, uma vez que elas permaneciam em minha mente. Decidi escrever tais palavras que saíram com uma fúria imensa e por mais que o resultado final demonstrasse profunda mágoa e ódio pela pessoa que um dia amei, decidi encaminhá-las por e-mail no dia 31 de dezembro, antes do ano terminar.

Meu objetivo: tornar minha raiva conhecida. Não esperava resposta, mas ela veio. No dia 03 de janeiro recebi o e-mail que mudaria meu ano, pra não dizer minha vida. Nele, o pedido de perdão por tudo que aconteceu e o convite para conversarmos pessoalmente. Convite aceito.

Conversamos abertamente, esclarecendo as coisas, admitindo as falhas e perdoando um ao outro. Me senti bem por estar resolvendo mágoas de um ano, mas também me senti tristepor estar sem ninguém especial ao meu lado, como ele foi um dia.

Lembrei de coisas que me entristeceram, me senti sozinha, doeu pensar em toda raiva que alimentei neste ano que passou. Enfim, perdoar não é fácil, dói, mas é necessário. Faz bem à alma. Não falei em profundidade com ninguém sobre a nossa conversa. Ela faz parte da nossa história e conosco deve permanecer.

Ando pensativa. Choro às vezes. Talvez eu chore a tristeza que foi sufocada pela raiva. Talvez eu chore por me sentir livre. Talvez eu chore por me sentir só. Talvez eu chore por estar feliz. Mas no fundo, talvez eu chore porque as meninas fazem isso.




segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tem noites que o dia é assim

Meus caros leitores, me desculpem pela acidez dos últimos dias. Peço desculpas pelos comentários sarcásticos e indesejáveis.

Fatos aconteceram que mudaram, definiram e resolveram as coisas comigo, com os outros e com vocês.

Me desculpem.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Balanço do ano

Tenho algo para compartilhar com vocês, meus caros leitores. Este ano foi um período de descobertas, experiências e novidades. Um ano de autoconhecimento das minhas virtudes e fraquezas. Um período em que convivi com minha solidão e com meus amigos, com minhas tristezas e alegrias, com fartura e apertos, mas que contribuíram, cada um de formas distintas, para o meu crescimento, aperfeiçoamento e discernimento.

No início do ano, pude ganhar forças para minha auto-estima com meu amigo Antônio, que além de ser meu parceiro de dança, me ensinou a sorrir, rs.

Com cada pessoa que estive pude perceber que é preciso de equilíbrio nos relacionamentos. Isso eu aprendi com o Igor, menino bom com garra e profissionalismo, que me fez o pedido de namoro mais fofo, mas que não durou muito. Não estou aqui para apontar dedos, é apenas um balanço. Com ele, tudo era bom, intenso, quando ele não estava trabalhando (momentos de rara exceção).  

Consegui amar novamente, como aconteceu com o Eduardo, mas nada foi para frente. Com ele aprendi a me respeitar mais, a me conhecer mais. Os furos constantes e o lance mal resolvido com a ex noiva foram os motivos que me fizeram colocar limites. Aprendi que não se pode esperar reconhecimento dos outros, o reconhecimento vem de nós mesmos.

Com o Phellipe, recebi um amor verdadeiro em forma de amizade. Meu parceiro de fotografia, rs. Esteve ao meu lado durante este ano me aturando nos momentos bons e nos de mau humor. Ainda estou aprendendo com ele a ser mais flexível e aceitar a ser amada. 

Na pós, pude fazer outras amizades e aprendi várias outras lições. Junto com Dirceu, Werner, Érica e Rafa e as Meninas Superpoderosas - Tati, Yo e Manu (amigas do trabalho) aprendi algo muito importante: me divertir!

E com minha família pude aprender a força que ela pode oferecer nos momentos mais difíceis e o quanto é importante lidar com as diferenças, buscar a harmonia, o quanto o amor nos une cada vez mais e o quanto estar junto com nossa família é gostoso.

Claro que outras pessoas participaram da minha vida este ano, participando com maior ou menor intensidade, mas participaram. Claro que gostaria de escrever muito mais, com muito mais detalhes, mas o espaço é curto, o conteúdo é muito e o texto se tornaria clichê.