quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Para 2010...

...não há listas de coisas a fazer, nem planos mirabolantes. Para este ano, tenho apenas uma certeza: não viver no passado. Não vou ser ingrata em dizer que o ano de 2009 não valeu, porque foi um ano em que tive tudo: um namorado, um apartamento e uma viagem. Mas acabei sem nada: sem namorado, sem apartamento e sem viagem.

Só que ganhei algo muito mais especial que isso: fui poupada de um casamento fracassado, de uma vida sem tesão e de uma pessoa covarde cheia de sonhos malucos.

Não vejo problema em ser normal, porque ser normal não significa uma vida de tédio. Não é privilégio seu nem meu ser tão complexo e complicado. Ninguém está livre de incoerências e contradições. O que nos diferencia para realizar os nossos sonhos é a coragem.

E eu tenho coragem, eu tenho forças para assumir um compromisso, para mudar minhas falhas, para fazer algo novo. Coragem que não vi na pessoa que mais me fazia feliz e que se tornou a pessoa que mais me magoou.

Para 2010, apenas uma palavra: coragem. Para amar de novo, conhecer coisas novas, eliminar o passado, esquecer as promessas, fazer novos amigos, dar mais valor à minha família, para viver mais, conquistar mais, curtir mais, e para dizer não ao que não me faz bem.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Portas

Sei que falei muitas coisas sem pensar e dentre elas disse que as portas estariam abertas, mas a cada dia que passa, sinto que elas estão se fechando. Porém, ao mesmo tempo elas estão se abrindo para alguém novo.

Li em um blog um texto do Drummond que dizia: “nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram”. Decidi não sofrer mais com certas coisas nem com certas pessoas.

Estou conhecendo uma pessoa nova e que com pouco tempo de conversa já senti um frio na barriga como não sentia há muito tempo. Apesar de não ter acontecido nada, nunca me senti tão viva e feliz.

Ainda não o conheço por inteiro e estou curtindo ir descobrindo aos poucos. Mas já percebi algumas virtudes como sua coragem, força, simpatia e seu jeito positivo de ver as coisas. Não pensei que encontraria esse tipo de característica assim, de primeira. Mas aconteceu e foi muito bom, me diverti e conversamos sobre muitas coisas sobre nós mesmos.

Percebi que existe felicidade e que para se alcançá-la, não precisamos de mais ninguém.

sábado, 12 de dezembro de 2009

buraco negro

Nunca pensei que fosse viver tudo isso que estou passando. Não sei o que esperar, não sei o que dizer, não entendo o que aconteceu. Não há explicação. Um buraco se abriu no chão e me engoliu, me levando para o lugar mais fundo do inferno.

Algo que me consumiu, como se me matasse lentamente por dentro. Numa dor insuportável de perder alguém (que amo muito). Minha mente me engana colocando um prazo para se decidir, para escolher o caminho a seguir, um dia. Mas não tenho certeza da resposta ou do dia ou do caminho. Será que estou me iludindo? Se estiver saberei quando decidir pelo meu destino. Não terá volta, tenho certeza, mas será um alívio.

Existia amor? O sorriso era sincero? Porque não estaria feliz, se semanas antes sorria comigo? Estou confusa, perdida, morta.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

the end

Final (feliz) com data e hora marcada.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

terremoto

Nossa mente muitas vezes nos prega peças e geralmente não são engraçadas. Às vezes dizemos coisas crentes de que estamos no controle de tudo, mas de repente, mesmo se achando o ser mais convicto do mundo ela se vira contra nós e nos incomoda com seus pensamentos altamente destrutivos.

A gente se sente seguro até o momento que nosso chão desaba. Não precisa ser por inteiro. Só de tremer já é o suficiente para que a mente nos bombardeie com idéias ilógicas e irreais.

O pior é quando essas idéias estão prestes a se realizar. Uma palavra, um tom de voz muda tudo. E ter alguém para conversar pode ser a melhor saída.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Quando deixamos de ser crianças?

Não me recordo da última vez que brinquei de balão d'água, de queimada, ou de qualquer outra coisa que me fizesse rir. Não me lembro da última vez que me permiti correr sem me preocupar em perder peso, ou se alguém estava a me observar; a última vez que ri até perder o ar.

A verdade é que deixamos de ser crianças, mas quando isso acontece? Eu sinceramente não sei, e arrisco a dizer que não sentia falta de ser uma. Mas é claro que digo isso porque já não lembrava mais como era ser criança.

No entanto há sempre algo que nos faz ficar nostálgicos e tristes, porque nos faz perceber que não somos mais crianças, porque fomos engolidos pelo trabalho, pela busca pela beleza, pelo dinheiro, fomos engolidos pelo mundo adulto.

Não vou prometer a mim mesma ser mais criança de vez em quando, porque isso não funciona. Não adianta compensar o tempo perdido forçando uma lavagem cerebral para ser mais otimista, ou ser mais criança, sorrir mais, enfim, essas coisas que fazemos através de uma auto-cobrança.

Vamos pensar no amanhã. Quem sabe chove e podemos matar a saudade de tomar banho de chuva como fazia quando era criança...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Se não tem desenho, tem foto, rs

Tudo bem, não deu pra ir desenhar com o pessoal, mas enfim, deu pra tirar umas fotos muito boas.

É só dar uma olhadinha no meu FLickr, coloquei algumas lá.

domingo, 5 de julho de 2009

2ª Edição do Sketchcrawl em Brasília

Engraçado, no próximo sábado terei a oportunidade de vivenciar a experiência de estar com várias pessoas com talento e dom para o desenho, e mesmo sabendo que também desenho bem, me sinto um pouco intimidada e com receio de participar.

Mas no fundo gostaria muito de ir. Em todo caso, é um desafio tentador de se superar, já que nesses dias muitas coisas diferentes vem acontecendo.

Para os curiosos, o Sketchcrawl é um grupo mundial que se reúne periodicamente para se dedicar ao desenho. Em Brasília, o grupo possui o flickr para divulgar os trabalhos realizados.

Então só pra confirmar
Local: Parque da Cidade – Estacionamento 10, próximo ao lago
Horário: a partir das 10 h da manhã
Data: 11 de julho

abraços a todos

terça-feira, 2 de junho de 2009

Flor também é arte!



É isso mesmo, também dá para fazer arte com a flor. Através de técnicas é possível realçar a beleza das flores. A arte da ikebana sanguetsu tem por objetivo fazer nascer dentro de nós uma sensibilidade mais profunda através da beleza de cada flor.

Esta técnica, em especial, difere das demais por não utilizar materiais artificiais, como plásticos, plantas secas, etc, utilizando-se apenas da beleza natural das flores de forma hamoniosa e bela.

O objetivo desta técnica é despertar sentimentos positivos, exercitar a paciência e elevar a sensibilidade das pessoas. E essa finalidade não seria a mesma da arte?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Piri é pura arte!

Ir a Pirenópolis é sempre ser transportado para um mundo a parte. Um mundo onde o capricho e o belo estão sempre presentes ao nosso redor.

É como se depois de uma curva, entrássemos numa cidadezinha mágica, bonitinha em suas ruas de pedras, suas casinhas em estilo colonial e sua decoração.

Quanta criatividade! Em Piri, ralador vira luminária, lápis de cor vira brinquedo e toco de árvore vira luminária. Inspiração pura, impossível sair de lá sem vontade de fazer algo diferente, tanto como artista, quanto como pessoa. Se aquela mágica só existe quando a cidade recebe visitantes de todos os lugares, ela já é suficiente para nos fazer acreditar que ali há paz, tranquilidade e pessoas que buscam colocar em suas vidas muita cor e alegria.

A noite em Piri então traz mais novidades. Se de dia pareciam apenas vidros espalhados pelo chão, à noite são velas apaixonantes que criam todo o clima na Rua do Lazer. E a praça cinza e vazia se enche de vida e magia com as pessoas, os artesanatos e a música.

É incrível como cada parte de Piri complementa a outra, e dá vontade de levar para casa cada pedacinho, para tentar manter viva a magia dessa cidade
.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

A arte de Viver

Viver é uma arte. Mas antes de falar nisso, prefiro falar da arte.

A arte, por si só, se caracteriza pela sua capacidade de não agradar a todos. Posso amar Leonardo Da Vinci, ou odiá-lo. E isso engloba tanto pintura, escultura, fotografia, performances, etc. Arte é isso, um misto de gostar ou não gostar.

E viver é uma arte justamente por isso. Ora é maravilhoso, ora é tenebroso. Ela nos surpreende com suas artimanhas, com suas maluquices, com suas belezas.

Viver é um verdadeiro casamento, onde temos que aprender a lidar com as diferenças e manias um do outro. A vida tem a mania de nos alegrar, mas às vezes ela nos magoa e diz que não podia fazer nada pra evitar aquilo.

Ou então, podemos comparar ela a um castigo. Estamos presos na vida, como uma criança presa no quarto, com TV, brinquedos, jogos, mas sem poder aproveitar desses entretenimentos. Assim estamos nós aqui. Com praias, cachoeiras, parques, ruas, eventos, shows, mas sem termos tempo para aproveitar isso tudo.

Essa é uma visão mais negativa, concordo. E pensar num mundo onde todos pudessem ir à sorveteria, passear de bicicleta na rua, ou brincar com seus filhos seria como imaginar o mundo como um lugar mágico que mais se assemelha ao mundo cor de rosa da Moranguinho ou do Pequeno Pônei, algo bem irreal.

Enquanto isso não é possível, vamos pintando nossas vidas e às vezes deixando alguns borrões pelo caminho, até que ao fim, tenhamos um quadro terminado. Resta apenas nos perguntar como as pessoas irão reagir à nossa obra prima.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Super heróis - Liga da Cultura

Super heróis da Liga da Cultura. Tentativa de desenho no Corel Draw.
Trabalhão danado, mas gostei do resultado.

domingo, 3 de maio de 2009

Serigrafia e Stencil

Algumas experiências com técnica de stencil e serigrafia.
Stencil em papel la pluma.

Serigrafia e Stencil em papel pardo.

Serigrafia em papel cartão.


Stencil em papel reciclado.




quarta-feira, 29 de abril de 2009

Atrás da linha branca


Todo dia acordo cedo, enrolo um pouco na cama antes de levantar,
tomo banho e vou ao trabalho.
Todo dia fico sentada em minha mesa e me levanto para ir almoçar.
Todo dia almoço em casa, mas não é todo dia que tem almoço.
Volto a me sentar em minha mesa e volto a me levantar para ir embora.
Atravesso uma rua pelo menos quatro vezes, todo dia.
E todo dia um carro passa da linha branca.
Vejo muita gente passando da linha branca, todo dia.
Todo dia, vejo pessoas brigando, em conflito,
porque passaram da linha branca.
Mas também vejo pessoas experimentando coisas novas e boas,
porque fizeram o mesmo.
Todo dia deve existir alguém que descobriu o sentido da vida,
porque passou da linha branca.
Alguém que encontrou a felicidade, porque passou da linha branca.
E alguém que se realizou, porque passou da linha branca.
E todo dia, eu acordo cedo e fico atrás da linha branca.
E todo dia, eu posso escapar de coisas ruins,
Mas deixo de viver coisas maravilhosas.
Porque fico atrás da linha branca.

domingo, 26 de abril de 2009

Inspiração ou não

Expressionismo abstrato
guache sobre papel la pluma

Seguindo os moldes de Pollock, fiz estes três quadros num dia desses só para extravasar e acabou ficando um trabalho bacana que agora está na parede do meu quarto ;)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

World Builder

World Builder é um curta-metragem de Bruce Branit, que nos toca com sua sensibilidade. Nele, um homem constrói um mundo usando ferramentas hológraficas para sua amada. Dedicado, ele cria o mundo digital de forma delicada, assim como se estivesse a pintá-lo em uma tela.
O curta-metragem foi filmado em um só dia e sua pós-produção (edição e afins) levou dois anos. O resultado final é belíssimo. Enfim, assistam e me digam o que acharam.


http://vimeo.com/3365942

domingo, 19 de abril de 2009

Primeiro contato

Foi por pura preguiça mesmo, mas finalmente escaneei a reprodução da matriz feita na aula de Gravura.
Por ser um primeiro contato com esta técnica, até dá para perceber que é uma mulher.

Técnica: Gravura
Material: Linólio (borracha)





Rodoferroviária

Estava esperando minha irmã chegar de viagem e descobri o quanto a Rodoferroviária pode oferecer uma grande variedade de entretenimento, rs.
Em uma hora, zerei três jogos do meu celular e fiz este desenho de um senhor que estava aguardando com uma pasta na mão e outro rapaz exausto de cansaço debruçado sobre a mala.

Caneta esferográfica sobre papel.




sexta-feira, 17 de abril de 2009

Incorporando Pollock

Logo de início, já estava julgando “esse cara é doente, coitado” ou “isso deve ser esquizofrenia”. Mas em seguida, estava logo me questionando porque eu o estava julgando daquela forma.

Assisti ao filme Pollock, que trata da vida do famoso pintor do expressionismo abstrato Jackson Pollock – artista este que se torna um personagem perturbador ao longo do filme, que dirá durante sua vida.

Perturbador e inquietante, pois incomoda. Ele em si já se torna um personagem abstrato, onde em certos momentos parece não fazer parte da sociedade, parece estar em outra dimensão. Porém, talvez em momentos de lucidez ou não, pois é durante suas bebedeiras que ele se torna “normal”, ele nos faz lembrar de que é um ser humano como todos os outros.

E é durante os momentos em que ele está sóbrio, que ele produz suas obras. E já que o expressionismo abstrato baseia-se no inconsciente, porque Pollock fugiria do uso de drogas para produzir, comum entre os surrealistas?

Talvez porque ele em si estivesse em estado inconsciente naturalmente. E na bebida se aproximasse da realidade que o cercava: com guerras, bombas, e mortes da II Guerra Mundial.

Porém, ele sofria, ele era um mortal ainda. E se expressava. Apesar das críticas, que o levavam à bebida, as obras eram parte dele, tornando-o incapaz de adequar sua obra ao que a sociedade chamava de arte.

Sua vida, sua personalidade, sua loucura e sua inconsciência nos inspiram, me inspiram. Justamente porque ele conseguia se expressar do jeito dele. E eu não. E acho que muita gente também se prende às formas, cores e conteúdo.

Ele parecia se misturar com os quadros dele. Não havia o esboço, o cavalete, o pincel, existia apenas ele e a obra, assim, natural. E viver esta experiência foi algo novo e muito interessante, para não dizer forte.

Não podia imaginar o quanto eu me sentiria bem numa situação em que eu não pudesse controlar minha pintura. Eu, que sempre busquei perfeccionismo e detalhes nos meus quadros, poder ter a oportunidade de jogar a tinta sobre um papel (ou tela) sem precisar me preocupar com o resultado foi algo libertador.

O resultado: ver pela primeira vez o meu “eu” expresso na minha obra.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Surrealismo

Composição Surreal: Quadro, barco e mãos.
Pentax Optio E20
09.04.2009
Composição Surreal: Miniatura e recorte de revista.
Pentax Optio E20
09.04.2009



segunda-feira, 6 de abril de 2009

Fotografia

Composição Monocromática: Sapato e laço dourados.
Pentax Optio E20
02.04.2009

domingo, 5 de abril de 2009

Modelo Vivo II

Modelo Vivo II - carvão sobre reciclato

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Simples assim...

"Hoje para sua surpresa, estou alegre.
Não é normal eu estar alegre, muito menos feliz.
E hoje estou me sentindo assim.
Sei que você não entende...até porque parece que a tristeza está no meu sangue, como uma doença que nos acompanha desde que nascemos.
E eu nasci assim, triste.
Na verdade, às vezes me pergunto: será que eu queria nascer? Alguém me perguntou isso antes de me empurrar para este lugar?
É...não podia esperar nada além da falta de respeito, até nas nossas escolhas.
Estou com pressa, preciso ir, me deixe ir! Juro que estou bem.
Porque não quer que eu vá?
Pense assim, estarei melhor...bem melhor. E você poderá me visitar, rs.
Sei que não é momento de piadas, mas estou feliz, como te disse.
Não queria que visse isso, sei que não gosta dessas coisas.
E não se culpe está bem? Eu preciso ir e pronto.
Não é por sua causa, eu só estou cansada.
Porque está chorando? Já disse que estou bem.
Não estou sentindo dor.
E não se preocupe com o sangue, ele sai com água e sabão".

segunda-feira, 30 de março de 2009

Modelo Vivo I

Material: carvão sobre papel reciclato

domingo, 22 de março de 2009

A Máscara Teatral na arte dos Sartori – da Commedia dell’Arte ao Mascaramento Urbano.


“Debaixo da máscara cada movimento se torna lento, sinto como se Lazzaro me possuísse e com ele uma vida inexplorada e inexplicável”. Amleto Sartori.


A história intrigante dos Sartori, que remonta ao período do pós-guerra (1945 – 47) nos faz admirar ainda mais o mistério encontrado nas máscaras teatrais. Uma arte que se aperfeiçoou ao longo dos anos através da tentativa, do erro e finalmente, alcançando os acertos.

As máscaras, que possuem em comum o material utilizado para sua confecção – o couro natural – transmitem mistério e expressividade. Mesmo nas máscaras neutras, onde o objetivo está intrínseco no nome, passa-se uma expressão de serenidade, calma ou até mesmo indiferença. Máscaras como o de Arlecchino já transmitem sensações de inquietude, medo e desconfiança ao espectador.

Poderíamos dizer que a predominância é o rosto humano, já que máscaras zoomórficas fogem ao padrão e nos remete à adequação feita por Donato para as exigências da sociedade contemporânea.

Ao mesmo tempo em que as máscaras possuem em comum a expressividade existente em cada uma delas, a diferença está exatamente nesta expressividade, como já dito antes, variando da neutralidade ao ódio.

Outro aspecto mágico e até mesmo assustador é a incorporação exigida por cada máscara ao ator. Como se tivessem vida própria, com seus medos, angústias, desavenças e amores, as máscaras podem ser receptivas ou totalmente hostis ao ator que tenta utilizá-las.

Talvez por isso, seja tão difícil encontrarmos algo genuíno nas suas interpretações, devido a esta história do personagem, que se mantém original onde quer que seja. Pois a máscara carrega um personagem com uma identidade.

Evoluindo do processo das máscaras, surgem as estruturas gestuais, que passam a ter um sentido criativo-comunicativo, retratando corpos e faces - como a própria escultura de Afrodite - que chocam pela própria técnica de se trabalhar o couro, com costuras largas que se assemelham a cicatrizes e quase uma releitura de esculturas pertencentes ao conhecimento popular como arte (David, de Michelangelo, por exemplo).

Dessa evolução surge ainda o conceito de mascaramento urbano, instalação com fibras policromadas que explora as áreas urbanas (praças, ruas, igrejas) e cria um ambiente participativo, onde o público é convidado a participar e assim, ter um encontro com dois conceitos antigos na história do homem – rito e festa. Com isso, o mascaramento urbano torna-se uma ação lúdica, utilizando-se de som, gestos e imagens como elementos que propõem uma inovação na utilização dos espaços urbanos, onde o público torna-se ator e, portanto, participa de um novo rito.

Mesmo perdendo o formato original (teatral), esta evolução da “máscara” (gestual e urbana) continua próxima do que há em comum nelas: a reflexão. Sobre o personagem incorporado por cada escultura, cada máscara e cada cidade. Pergunto, então, qual a máscara que você veste?

Para saber ainda mais, há uma exposição na Caixa Cultural de Brasília que vai até dia 26 de abril de 2009.