quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Libertação

Se foi por palavras proferidas ou pensamentos ditos e não ditos que me sinto mal, talvez através das palavras eu possa oferecer ao meu íntimo um pouco de paz.

Por duas noites chorei na solidão da minha cama sob a proteção da escuridão. As palavras não saem da minha mente enquanto eu não as escrevo. Assim foi com a carta que originou esta catarse.

Por volta da meia noite entre o Natal e o ano novo as palavras não ditas no momento de raiva apareceram em minha frente. Com sono, fechei os olhos, em vão, uma vez que elas permaneciam em minha mente. Decidi escrever tais palavras que saíram com uma fúria imensa e por mais que o resultado final demonstrasse profunda mágoa e ódio pela pessoa que um dia amei, decidi encaminhá-las por e-mail no dia 31 de dezembro, antes do ano terminar.

Meu objetivo: tornar minha raiva conhecida. Não esperava resposta, mas ela veio. No dia 03 de janeiro recebi o e-mail que mudaria meu ano, pra não dizer minha vida. Nele, o pedido de perdão por tudo que aconteceu e o convite para conversarmos pessoalmente. Convite aceito.

Conversamos abertamente, esclarecendo as coisas, admitindo as falhas e perdoando um ao outro. Me senti bem por estar resolvendo mágoas de um ano, mas também me senti tristepor estar sem ninguém especial ao meu lado, como ele foi um dia.

Lembrei de coisas que me entristeceram, me senti sozinha, doeu pensar em toda raiva que alimentei neste ano que passou. Enfim, perdoar não é fácil, dói, mas é necessário. Faz bem à alma. Não falei em profundidade com ninguém sobre a nossa conversa. Ela faz parte da nossa história e conosco deve permanecer.

Ando pensativa. Choro às vezes. Talvez eu chore a tristeza que foi sufocada pela raiva. Talvez eu chore por me sentir livre. Talvez eu chore por me sentir só. Talvez eu chore por estar feliz. Mas no fundo, talvez eu chore porque as meninas fazem isso.




Um comentário:

  1. Querida,

    Chore, mas de alegria por fazer parte desse encanto de vida.
    Adoro te ler.

    Beijos Iram

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